A política, como se sabe, não permite pausas longas. Mesmo com apenas seis meses de iniciado seu segundo mandato, o prefeito Genivaldo Tembório, da cidade da Prata, no Cariri paraibano, já enfrenta um cenário político turbulento nos bastidores. O jogo sucessório, que teoricamente só deveria esquentar mais adiante, já começa a tomar corpo, e com ele, a pressão sobre o gestor municipal aumenta.
A principal tensão parte de dentro: três nomes, todos ligados ao grupo de situação, já dão sinais claros de movimentação para disputar a próxima eleição. O ex-prefeito Júnior Nóbrega, hoje presidente da APACO, quer voltar ao comando do Executivo. Júnior, inclusive, se movimentou nos bastidores da eleição de 2024, mas recuou em nome da reeleição de Genivaldo. Agora, parece disposto a ir até o fim.
O segundo nome é Jonielson Abreu, primo legítimo de Genivaldo. Uma candidatura familiar pode parecer continuidade, mas na prática representa mais um polo de poder a ser equilibrado. E, por fim, há o nome de Pio Paulino, construtor ligado ao prefeito e com influência política crescente, que também começa a ser citado nos bastidores.
Genivaldo se vê, portanto, em um impasse nada confortável: manter a coesão do grupo que o sustenta ou assistir à sua fragmentação precoce. Com a oposição esperando o momento certo para atuar, provavelmente tentando atrair algum nome insatisfeito da situação, qualquer erro de cálculo pode abrir espaço para uma virada inesperada no cenário político municipal.
É fato que o prefeito ainda detém o comando da máquina pública e, portanto, a maior força de articulação. Mas o desafio, neste momento, é mais político do que administrativo: saber conduzir, com habilidade, um grupo que já começa a pensar no “dia seguinte”, sem deixar que essa antecipação mine a governabilidade e, sobretudo, a força do grupo nas urnas.
Com Blog do Bruno Lira