Antes mesmo da chegada dos colonizadores, a região que hoje conhecemos como Monteiro, no Cariri paraibano, já era habitada por povos originários. Duas tribos indígenas predominavam no local: os Cariris e os Xucurus, que ocupavam extensas áreas de mata e caatinga, vivendo de caça, pesca e agricultura de subsistência.
Muito antes de ser formalmente reconhecida na história, a região era marcada pela presença de vastas fazendas voltadas para a criação de gado, atividade que moldou o perfil econômico inicial do território.
Foi no final do século XVIII que o processo de ocupação começou a tomar contornos mais definidos. Por volta de 1800, o patriarca Manoel Monteiro do Nascimento decidiu desmembrar parte de sua propriedade, conhecida como Lagoa do Periperi, para construir uma capela em homenagem a Nossa Senhora das Dores. A pequena igreja foi erguida a apenas 300 metros das margens do Rio Paraíba, um dos maiores símbolos naturais da região.
A beleza e o potencial daquelas terras atraíram novos moradores, dando início à formação de um povoado. Em 1840, o local deixou de ser chamado de Lagoa do Periperi para se tornar Povoação da Lagoa, ainda que, à época, contasse com apenas duas casas cobertas por telhas. Pouco depois, em reconhecimento ao seu fundador, o povoado passou a ser conhecido como Alagoa do Monteiro.
O crescimento foi inevitável. Situada às margens do Rio Paraíba, cuja nascente fica na Serra do Jabitacá, a 24 quilômetros dali, Monteiro prosperou até ser elevada à categoria de município, em 28 de junho de 1872, pela Lei nº 457, desmembrando-se do território de São João do Cariri.
Hoje, ao celebrar mais um ano de emancipação política, Monteiro se orgulha de sua trajetória. Mais do que registros em documentos oficiais, a cidade se consolidou como um verdadeiro celeiro de talentos, berço de artistas, cantores, compositores, poetas e repentistas que mantêm viva a tradição cultural do Cariri. Uma história rica, que começou com povos indígenas e segue sendo escrita, dia após dia, por seu povo.
Por Abraão Anastácio e OPIPOCO