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Petróleo sobe com investidores avaliando ataques dos EUA ao Irã

Shell se prepara para possível interrupção do petróleo devido às tensões entre Irã e Israel — Foto: Bloomberg

Os preços do petróleo subiam nesta segunda-feira (23), em uma sessão marcada por volatilidade, após a decisão dos Estados Unidos no fim de semana de se juntarem a Israel no ataque às instalações nucleares do Irã, com os investidores avaliando os riscos potenciais de interrupções no fornecimento de petróleo como resultado da escalada do conflito.

Os futuros do petróleo bruto Brent subiam 0,84%, para US$ 77,70 por barril, por volta das 8h (horário de Brasília). O petróleo West Texas Intermediate avançavam cerca de 1%, para US$ 74,50.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que havia “obliterado” as principais instalações nucleares do Irã em ataques no fim de semana, juntando-se a um ataque israelense em uma escalada do conflito no Oriente Médio, já que Teerã prometeu se defender.

Israel realizou novos ataques contra o Irã nesta segunda-feira, incluindo a capital Teerã e a instalação nuclear iraniana de Fordow, que também foi alvo do ataque dos EUA.

O Irã é o 3º maior produtor de petróleo da Opep.

O Irã afirmou nesta segunda-feira que o ataque dos EUA às suas instalações nucleares expandiu a gama de alvos legítimos para suas forças armadas e chamou o presidente dos EUA, Donald Trump, de “jogador” por se juntar à campanha militar de Israel contra a República Islâmica.

Enquanto isso, a China disse que o ataque dos EUA prejudicou a credibilidade de Washington e alertou que a situação “pode sair do controle”.

Os preços ficaram voláteis na sessão de segunda-feira. Ambos os contratos atingiram novas máximas de cinco meses no início da sessão, de US$ 81,40 e US$ 78,40, respectivamente, antes de devolverem ganhos e ficarem negativos durante a sessão matutina europeia, recuperando-se depois para um ganho de 1%.

Os preços subiram desde o início do conflito, em 13 de junho, em meio a temores crescentes de que uma retaliação iraniana possa incluir o fechamento do Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de um quinto do suprimento global de petróleo bruto.

Entretanto, os investidores estão avaliando a extensão do prêmio de risco geopolítico nos mercados de petróleo, uma vez que a crise do Oriente Médio ainda não teve impacto sobre a oferta.

“O prêmio de risco geopolítico está desaparecendo, pois até agora não houve interrupções no fornecimento. Mas como não está claro como o conflito pode evoluir, é provável que os participantes do mercado mantenham um prêmio de risco por enquanto. Portanto, os preços devem permanecer voláteis no curto prazo”, disse Giovanni Staunovo, analista do UBS.

O prêmio de risco geopolítico inclui o temor de que uma retaliação iraniana possa incluir o fechamento do Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de um quinto do suprimento global de petróleo bruto.

CNN

Israel ataca 5ª instalação nuclear do Irã e agência alerta para riscos

Israel faz novos bombardeios no Irã e diz ter causado ‘grandes danos’ a usina nuclear de Natanz

A Força Aérea de Israel atacou importante instalação nuclear do Irã na província de Isfahan na madrugada deste sábado (21). É a quinta unidade nuclear atingida por Israel desde o início do conflito, que entrou no nono dia com cerca de 430 mortos do lado iraniano e 25 do lado israelense, segundo fontes oficiais.

Ataques a instalações nucleares são considerados ilegais pelo direito internacional, mas Israel diz que busca eliminar as capacidades nucleares do Irã.

Em nota, o diretor-geral Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, disse que não havia material nuclear no local e que, portanto, não haverá consequências radiológicas. A agência é ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).

“A oficina — que fabricou as máquinas usadas para enriquecer urânio — estava anteriormente sob monitoramento e verificação da AIEA, incluindo câmeras da agência instaladas. Conhecemos bem esta instalação”, comentou Grossi.

Apesar de descartar risco de vazamento de material radioativo no último ataque, Rafael Grossi alertou que os sistemáticos ataques a instalações nucleares iranianas causaram “forte degradação da segurança nuclear do país”.

“Embora até agora não tenham causado uhttps://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2025-06/em-marco-inteligencia-dos-eua-negou-que-ira-construisse-arma-nuclearma liberação radiológica que afete o público, há o perigo de que isso possa ocorrer”, concluiu o diretor da AIEA. Israel já atacou instalações nucleares em Arak, Isfahan, Karaj, Natanz e Teerã.

A Resolução 487 do Conselho das Nações Unidas considera que qualquer ataque militar a instalações nucleares é um ataque a todo regime de salvaguardas da AIEA e ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (Thttps://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2025-06/em-marco-inteligencia-dos-eua-negou-que-ira-construisse-arma-nuclearNP). A agência diz que ataques a instalações nucleares “nunca devem ocorrer”.

“Intensificamos o ataque à instalação nuclear em Isfahan e no oeste do Irã. Esses ataques cumulativos representam um duro golpe para a capacidade de produção nuclear do regime iraniano”, disse o porta-voz do Exército de Israel, Effie Defrin.

Bushehr
Uma das principais preocupações da AIEA é a Central Nuclear de Bushehr, que, se for atacada, pode liberar grande quantidade de radioatividade para o ambiente. Além disso, caso as únicas duas linhas de transmissão de energia elétrica dessa central sejam desativadas, o núcleo do reator poderia derreter, o que resultaria em uma alta liberação de radioatividade.

“Na pior das hipóteses, ambos os cenários exigiriam ações de proteção, como evacuações e abrigos para a população ou a necessidade de tomar iodo estável, com alcance que poderia abranger distâncias de algumas a centenas de quilômetros”, explicou o diretor-geral da AIEA.

Natanz
Os ataques ao local de enriquecimento de Urânio em Natanz destruíram a infraestrutura elétrica da instalação. Apesar da radioatividade fora do prédio permanecer normal, há contaminação radiológica e química dentro das instalações.

“A radiação, composta principalmente por partículas alfa, representa um perigo significativo se inalada ou ingerida. Esse risco pode ser gerenciado de forma eficaz com medidas de proteção adequadas, como o uso de dispositivos respiratórios. A principal preocupação dentro da instalação é a toxicidade química”, disse o diretor-geral da AIEA.

Teerã e Arak
As instalações em construção em Arak atingidas nesta semana ainda não estavam em operação e não continham material nuclear. Com isso, nenhuma consequência radiológica é esperada.

A AIEA descartou vazamentos radioativos no Centro de Pesquisa de Teerã, também atacado por Israel. “Não houve impacto radiológico, interno ou externo”, afirmou Grossi.

O diretor-geral da organização, porém, alertou para os graves riscos caso Israel ataque o Reator de Pesquisa Nuclear de Teerã. “Poderia ter consequências graves, potencialmente para grandes áreas da cidade de Teerã e seus habitantes. Nesse caso, medidas de proteção precisariam ser tomadas.”

Guerra Israel x Irã
Acusando o Irã de estar próximo de desenvolver uma arma nuclear, Israel lançou um ataque surpresa contra o país no último dia 13 de junho expandindo a guerra no Oriente Médio.

O Irã afirma que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos e que estava no meio de uma negociação com os Estados Unidos (EUA) para estabelecer acordos que garantissem o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, o qual Irã é signatário.

No entanto, a AIEA vinha acusando o Irã de não cumprir com todas suas obrigações, apesar de reconhecer que não tem provas de que o país estaria construindo uma bomba atômica. O Irã acusa a Agência de agir “politicamente motivada” e dirigida pelas potências ocidentais, como EUA, França e Grã-Bretanha, que tem apoiado Israel na guerra contra Teerã.

Em março, o setor de Inteligência dos Estados Unidos afirmou que Irã não estava construindo armas nucleares, informação que agora é questionada pelo próprio presidente dos EUA, Donald Trump, que analise se irá entrar na guerra diretamente ao lado de Israel.

Apesar de Israel não aceitar que o Irã tenha armas nucleares, diversas fontes ao longo da história indicaram que o país mantém um amplo programa nuclear secreto desde a década de 1950. Tal projeto teria desenvolvido pelo menos 90 ogivas atômicas.

Agência Brasil

Polícia Federal prende passageiros por contrabando de Mounjaro, no aeroporto da Grande João Pessoa

A Polícia Federal prendeu dois passageiros que desembarcaram no Aeroporto Internacional Castro Pinto, na Grande João Pessoa, por contrabando do medicamento Mounjaro (Tirzepatida) e de smartphones e perfumes. A ação foi realizada nessa quarta-feira (18) pelos policiais federais do Grupo de Polícia Aeroportuária (GPAER).

Os produtos foram encontrados nas bagagens dos dois passageiros durante fiscalização de rotina no aeroporto. Eles chegaram à Paraíba vindos de um voo que partiu de Foz de Iguaçu, no Paraná, e fez escala em Guarulhos, em São Paulo. As canetas de Mounjaro, os smartphones e os perfumes estavam todos sem documentação fiscal, sem prescrição médica e sem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), segundo afirmou a Polícia Federal, conforme obtido pelo ClickPB.

Um dos presos é reincidente, pois já foi flagrado pela Receita Federal no Aeroporto do Recife, em abril deste ano, com 638 canetas do Mounjaro.

A dupla foi encaminhada para a Superintendência da Polícia Federal em João Pessoa. Os presos foram autuados em flagrante na DELEFAZ (Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários). Eles responderão pelo crime de contrabando, conforme o art. 334-A, §1º, II, e §3º do Código Penal, cuja pena pode chegar a dez anos de prisão.

A Polícia Federal lembra que a importação de medicamentos sem autorização da Anvisa e sem prescrição médica é proibida, o que configura crime federal.

Mounjaro

O Mounjaro (Tirzepatida) é usado para o tratamento da diabetes tipo 2 e foi inserido também no tratamento da obesidade, tanto nos Estados Unidos como no Brasil, após autorização da Anvisa. O Mounjaro é concorrente do Ozempic, que também é prescrito para o tratamento da diabete e ficou conhecido ao ser usado para combater a obesidade.

Polícia Federal prendeu dois passageiros por contrabando de Mounjaro, smartphones e perfumes sem nota fiscal e autorização da Anvisa. Flagrante foi feito no Aeroporto Castro Pinto, na Grande João Pessoa – Foto: Divulgação/Polícia Federal

Polícia Federal prendeu dois passageiros por contrabando de Mounjaro, smartphones e perfumes sem nota fiscal e autorização da Anvisa. Flagrante foi feito no Aeroporto Castro Pinto, na Grande João Pessoa – Foto: Divulgação/Polícia Federal

Cícero e mais sete prefeitos em meio à guerra Israel-Irã; Hugo aciona Itamaraty

Uma comitiva de 25 pessoas, incluindo oito prefeitos, entre eles o de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), vive momentos de tensão em Israel, país que bombardeou, ontem (12), instalações nucleares do Irã. Abrigado num alojamento, Cícero tenta antecipar o retorno ao Brasil, mas o espaço aéreo israelense está fechado.

Na publicação, o prefeito de João Pessoa relatou momentos de tensão em Israel. “Tem abrigo aqui, já fomos duas vezes para o abrigo, por ter tocado a sirene de aviso”, disse.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Cícero revelou a intervenção do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), junto ao Itamaraty para tentar antecipar a volta da comitiva.

Ao Blog do jornalista Maurílio Júnior, Hugo disse ter feito contato pessoalmente com o chanceler Mauro Vieira, do Itamaraty, solicitando atenção e segurança com a comitiva de autoridades brasileiras.

Viagem a Israel 

Em Israel, à convite do governo do país, Cícero e 25 autoridades brasileiras, entre outros países, participava do Muni Tour 2025, um programa de cooperação internacional que reúne chefes de governos locais e autoridades de países de língua portuguesa com foco em segurança cidadã e desenvolvimento sustentável.

Por causa dos ataques na região, o espaço aéreo israelense foi fechado, o que dificulta a volta do prefeito. “Já tivemos contato com a embaixada sobre a possibilidade de antecipar o retorno, mas vamos ver como isso é possível”, contou Cícero.

MaisPB

Chefe das Forças Armadas Iranianas é morto durante ataque, diz TV estatal

O general Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, foi morto durante os ataques de Israel desta sexta-feira (13). A informação foi confirmada pela TVestatal iraniana IRINN .

Bagheri era o militar de mais alta patente do país e um dos nomes mais influentes na hierarquia do regime iraniano. Ele é o segundo oficial de alto-escalão que teve a morte confirmada no ataque.

O general Hossein Salami, comandante-chefe do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC), também foi morto nos ataques, segundo relatos de diversos veículos de comunicação estatais iranianos.

A TV estatal e outros meios de comunicação iranianos citam múltiplas baixas entre os principais quadros militares do país.

A ofensiva israelense foi classificada pelo governo de Israel como um “ataque preventivo” e teve como alvos militares e estratégicos dentro do território iraniano. Segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a operação incluiu instalações nucleares e deve se estender por vários dias.

CNN

Trump aumenta tarifas de aço e alumínio para 50%; medida pode impactar exportações brasileiras

O presidente dos Estados UnidosDonald Trump, assinou nesta terça-feira (3) um decreto que eleva as tarifas de importação sobre aço e alumínio, passando de 25% para 50%. Essa nova política tarifária entra em vigor nesta quarta-feira (4) e terá um impacto significativo nas exportações brasileiras, que ocupam a segunda posição entre os fornecedores desses metais para o mercado norte-americano.

A decisão de aumentar as tarifas foi fundamentada em estudos que, segundo uma proclamação presidencial publicada pela Casa Branca, mostraram que as taxas anteriores não foram eficazes para barrar a entrada de produtos estrangeiros a preços reduzidos. O governo dos EUA argumenta que essa medida é essencial para proteger a competitividade das indústrias siderúrgicas e metalúrgicas do país, além de atender a questões de segurança nacional.

Com a nova tarifa de 50%, todos os países exportadores estarão sujeitos a essa taxa, com exceção do Reino Unido, que mantém a tarifa anterior de 25% devido a um acordo bilateral. Assim, o Brasil, que é um dos principais fornecedores, enfrentará desafios adicionais em suas exportações, especialmente no que diz respeito ao aço semiacabado.

Em 2024, o Brasil se destacou como o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, representando 16% do total importado, o que resultou em um volume de exportações de US$ 2,66 bilhões. No início deste ano, o Brasil liderou as exportações em janeiro, mas em março, caiu para a segunda posição, atrás do Canadá, tanto em volume quanto em valor.

Publicado por Nátaly Tenório

 

(Foto: Trevor Cokley / U.S. Air Force)

Elon Musk negou, neste sábado (31), a reportagem do New York Times publicada na véspera que descreve seu suposto uso abusivo de drogas durante a campanha eleitoral dos Estados Unidos do ano passado, quando o bilionário consolidou a aliança com o atual presidente americano, Donald Trump.

“Para deixar claro, eu não estou usando drogas! O New York Times estava mentindo descaradamente. Experimentei cetamina prescrita há alguns anos e contei isso no X, então isso nem é novidade. Ajuda a sair de buracos mentais sombrios, mas não tomei desde então”, afirmou o empresário ao responder um usuário.

A menção pública de Musk ao uso de cetamina é citada pelo jornal americano. Em março de 2024, pressionado durante uma entrevista, o bilionário disse que tomava apenas “uma pequena quantidade” prescrita da substância, cerca de uma vez a cada duas semanas.

O New York Times, porém, sustenta que seu uso de cetamina não era moderado e aumentou quando o empresário entrou na política. O jornal diz se basear em mensagens privadas e entrevistas com mais de uma dúzia de pessoas que o conheceram ou trabalharam com ele.

De acordo com a publicação, pessoas familiarizadas com a situação afirmam que Musk estava usando cetamina com frequência, às vezes diariamente, e misturando-a com outras drogas, o que borrava o uso médico e recreativo. O bilionário também teria tomado Ecstasy e cogumelos psicodélicos em reuniões privadas nos EUA e em pelo menos outro país, segundo pessoas que participaram desses encontros.

A FDA, agência que regulamenta e fiscaliza alimentos e remédios no país norte-americano, aprovou formalmente o uso de cetamina apenas como anestésico em procedimentos médicos. Médicos com licença especial podem prescrevê-la para transtornos psiquiátricos como depressão, mas o órgão alerta sobre seus riscos –a droga tem propriedades psicodélicas e pode causar dissociação da realidade.

Além disso, seu uso crônico pode viciar e causar problemas de dor e controle da bexiga, algo que teria acontecido com Musk em julho do ano passado, de acordo com a apuração do New York Times.

Inicialmente, o empresário se esquivou do assunto durante uma entrevista coletiva do Salão Oval da Casa Branca ao lado de Trump, na última sexta-feira (30) –mesmo dia em que a reportagem foi publicada. Ele interrompeu uma pergunta sobre o assunto do repórter da Fox News, Peter Doocy, atacou o jornal e pediu para a entrevista ir “em frente”.

Musk estava com um olho roxo, que atribuiu a um soco dado por seu filho, chamado X, enquanto os dois brincavam. “Eu disse: ‘Pode me dar um soco na cara’. E ele deu”, disse o bilionário.

O empresário está deixando o governo após liderar uma tumultuada campanha de corte de custos, durante a qual ele derrubou várias agências federais, mas acabou falhando em gerar as economias geracionais que buscava.

Mais tarde, do lado de fora do avião presidencial, Trump disse que não sabia do suposto uso de drogas por Musk. “Não estou preocupado com nada relacionado ao Elon. Acho ele fantástico. Ele fez um ótimo trabalho”, afirmou. O republicano, que não bebe, é conhecido por criticar publicamente pessoas que usam drogas ilícitas ou abusam do álcool.

Taiwan vê risco de ser alcançada pela China na indústria de chips e quer proteção em bloco

(Wikimedia Commons/Reprodução)

O governo de Taiwan acompanha com atenção o rápido crescimento da China no setor de semicondutores, indústria que, além de ser a mais importante de sua economia, vem funcionando como um verdadeiro escudo contra uma invasão de Pequim.

Gigante dos chips –o cérebro da inteligência artificial e de quase toda tecnologia moderna–, Taiwan agora vê risco de ser superada num mercado onde até então era soberana e trabalha para não perder competitividade frente ao gigante asiático situado a apenas 130 km de distância.

Em encontro com jornalistas em Taipé no começo de abril, o vice-ministro do Conselho de Assuntos Continentais de Taiwan, Liang Wen-Chieh, reconheceu que os avanços de Pequim nessa indústria podem trazer desvantagens e até acarretar uma crise interna no futuro.

“Isso pode acontecer. No entanto, o que precisamos fazer –nós e os demais países que querem ser mais competitivos que a China– é desenvolver novas tecnologias mais avançadas e com muita rapidez”, disse Liang, após ser questionado pela Folha sobre o assunto.

Segundo o vice-ministro, essa lógica vale para tudo, não apenas para os chips.
Especificamente sobre os semicondutores, ele acredita que Taiwan, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos devem trabalhar em conjunto, com colaborações mais estreitas, para chegarem a um nível tecnológico superior.

“Se um desses países não quiser cooperar, a China pode nos alcançar a qualquer momento”, afirmou Liang.

Essa aposta na cooperação, no entanto, carrega um dilema. Embora compartilhem preocupações com Pequim, os parceiros estratégicos citados pelo vice-ministro têm interesses próprios –e nem sempre convergentes. Em março, Japão e Coreia do Sul se uniram à China para acelerar um acordo trilateral de livre comércio, num esforço conjunto para se proteger da ofensiva tarifária do presidente americano Donald Trump.

Nos últimos anos, empresas chinesas expandiram rapidamente a capacidade de produzir semicondutores. Segundo a consultoria TrendForce, em 2024, a China atingiu uma fatia de 34% no mercado de chips maduros (menos avançados, com mais de 22 nanômetros). No mesmo período, Taiwan registrou 43%.

As projeções indicam que a participação chinesa deve chegar a 47% em 2027, com Taiwan caindo para 36%. Estados Unidos e Coreia do Sul, que hoje têm fatias de um dígito nesse mercado, devem cair ainda mais.

Estimativa semelhante é feita pelo IDC (International Data Corporation), que prevê a China com 40% da indústria global de chips maduros até 2030.

O crescimento do gigante asiático nesse setor é fruto de investimentos massivos em fábricas e maquinários, que acompanham a enorme demanda interna e os subsídios públicos de Pequim. Atualmente, a China é o país que mais gasta com equipamentos para produzir chips no mundo.

De acordo com a associação Semi, em 2024, o país gastou US$ 50 bilhões com equipamentos para a indústria de semicondutores, um recorde.

Empresas como a SMIC (Semiconductor Manufacturing International Corporation) têm atingido progressos notáveis, assim como big techs chinesas. No começo de maio, por exemplo, reportagem do jornal Financial Times feita a partir de imagens de satélite mostrou que a Huawei está construindo linhas de produção na China para chips avançados, como parte da estratégia para reduzir a dependência do país de tecnologias estrangeiras.

Os semicondutores são categorizados pelo tamanho de seus transistores –peças responsáveis pela eficiência e capacidade de “raciocínio”– e vão dos mais avançados (de 3 nanômetros ou menos) aos chamados maduros (acima de 22 nanômetros). Para efeito de comparação, o coronavírus tem cerca de 100 nanômetros.

Atualmente, fabricantes disputam quem consegue diminuir ao máximo o tamanho dos transistores. Quanto menores forem, mais unidades podem ser inseridas em um chip.

Hoje, os semicondutores mais avançados do mundo são feitos pela taiwanesa TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company), que fabrica chips para gigantes como Nvidia e Apple. A coreana Samsung e a japonesa Rapidus têm planos de lançar versões de 2 nanômetros nos próximos anos.

Cérebro da eletrônica moderna, os semicondutores hoje são comparados ao que o petróleo era no começo do século 20. Ser responsável por fabricar os melhores e mais desejados chips não é trivial.

É nessa trincheira que Taiwan se encontra hoje. Resistir à pressão chinesa no mercado de chips é mais do que proteger uma importante indústria nacional –tem a ver com segurança interna e com sobrevivência no longo prazo.

No período em que a Folha esteve em Taiwan, a China intensificava seus exercícios militares ao redor da ilha, inclusive simulando um cerco com munição real.

A disputa entre Pequim e Taipé remonta a 1949, quando as tropas nacionalistas de Chiang Kai-shek perderam a guerra civil para os comunistas liderados por Mao Tse-Tung e fugiram para Taiwan. Até hoje, para o regime de Xi Jinping, a China continental e Taiwan são duas partes de uma só China.

Questionado sobre as ameaças chinesas, Liang Wen-Chieh disse que esse tipo de intimidação não é de agora. “Já vivemos há 70 anos sob esta condição.”

Segundo ele, somente no ano passado, 5.000 aviões militares e 2.000 navios chineses tentaram se aproximar do território taiwanês.

Para Liang, três fatores ajudam a ilha a “sobreviver bem”. Um deles é o desenvolvimento de seus exércitos e da defesa nacional. Outro é a boa relação com países democráticos –o que, segundo o vice-ministro, gera algum tipo de proteção. O terceiro fator é a força econômica.

“Taiwan agora mesmo, se tem certo peso em algum cenário, é pela economia que dedicamos muito tempo a desenvolver.”

Ações de China e Hong Kong caem por preocupações com tarifas dos EUA

FOTO REPRODUÇAO

mercado acionário da China recuou nesta sexta-feira (30) com a queda das ações de fornecedores da Apple depois que um tribunal dos Estados Unidos restabeleceu as tarifas do presidente Donald Trump, enquanto as montadoras ampliaram as perdas em meio a preocupações com a guerra de preços.

No fechamento, o índice de Xangai teve queda de 0,47%, enquanto o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,48% e registrou sua segunda semana de perdas.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 1,2%, interrompendo seis semanas de ganhos.

“A confiança piorou ainda mais em meio a um volume de negócios menor e dados macroeconômicas fracos”, escreveu Laura Wang, estrategista-chefe de ações da China no Morgan Stanley, em uma nota nesta sexta-feira.

“Não há sinais de aumento do estímulo no curto prazo, já que a trégua tarifária provisória continua.”

Um tribunal federal de recursos restabeleceu temporariamente na quinta-feira as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, um dia depois que um tribunal comercial as bloqueou, dizendo que o presidente excedeu sua autoridade.

O CSI Consumer Electronics Thematic Index perdeu 2%. A Foxconn, montadora do iPhone da Apple, teve queda de 3,9%, a BYD Electronics caiu 6% e a Lens Tech enfraqueceu 3,4%.

As ações do setor automotivo continuaram sua tendência de queda uma vez que as preocupações com a guerra de preços persistiram. As ações da Xpeng, BYD e Nio caíram de 3,3% a 5%.

CNN BRASIL

Hamas aceita, e Israel rejeita nova proposta de cessar-fogo em Gaza

Uma autoridade palestina afirma que o Hamas aceitou nesta segunda-feira (26) nova proposta de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza, segundo a agência Reuters, enquanto autoridades de Israel dizem que os termos são inaceitáveis.

A nova proposta, enviada ao grupo terrorista via mediadores, prevê uma trégua de 70 dias, retirada parcial de tropas israelenses do território palestino conflagrado, e a libertação de dez reféns em troca da soltura de detentos palestinos presos em Israel e entrada de mil caminhões de ajuda humanitária em Gaza.

Após relatos na imprensa de países árabes vizinhos de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciaria nos próximos dias o novo cessar-fogo, autoridades de Israel rejeitaram o novo acordo.

“A proposta recebida por Israel não pode ser aceita por qualquer governo responsável. O Hamas estabelece condições impossíveis, que significam o fracasso dos objetivos de guerra e a incapacidade de libertar os reféns”, afirmou autoridade do governo à imprensa israelense.

De acordo com o jornal Times of Israel, essa autoridade diz que a proposta “não indica um desejo real de superar as lacunas entre as partes” e que Tel Aviv continua comprometida com o arcabouço proposto pelo enviado de Washington ao Oriente Médio, Steve Witkoff.

A proposta também estipula que as negociações para o encerramento do conflito seriam feitas durante o período de trégua, com o objetivo de estabelecer um governo no território palestino e criar as condições para o fim permanente da guerra.

“Acordos parciais são uma derrota para Israel que pode, e deve, ser evitada. Só há uma solução adequada e desejável: um acordo abrangente que trará de volta todos os 58 reféns e terminar a guerra. O governo pode alcançar isso amanhã de manhã, se assim escolher”, afirmou o Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos, organização de familiares de vítimas do Hamas, em resposta aos relatos sobre a nova proposta.

O último cessar-fogo no conflito começou em 19 de janeiro e durou quase dois meses. No dia 18 de março, Israel rompeu a trégua com ataques renovados a Gaza, em meio a pressões de Tel Aviv e Washington e consequentes discordâncias com o Hamas sobre as fases seguintes do acordo.

Nesta segunda, novos ataques aéreos israelenses mataram mais de 50 pessoas, 33 delas deslocadas que se abrigavam em uma escola, de acordo com a Defesa Civil do território controlado pelo grupo terrorista.

Ataques de Israel à Faixa de Gaza nesta segunda-feira (26) mataram mais de 50 pessoas, 33 delas deslocados que se abrigavam em uma escola, afirmou a Defesa Civil do território palestino, controlado pelo Hamas.

O número de mortos em Gaza desde o início da guerra, em outubro de 2023, já ultrapassa 53 mil, segundo autoridades locais -a maioria dos óbitos seria de civis.

esde o fim do cessar-fogo iniciado em janeiro, a cifra voltou a crescer rapidamente, assim como a deterioração das condições do território, sob bloqueio total de ajuda humanitária imposto por Tel Aviv por quase 80 dias.

Os mortos no bombardeio à escola Fami Aljerjawi, no bairro de Daraj, na Cidade de Gaza, incluíam mulheres e crianças, segundo médicos do território. Em Jabalia, no norte de Gaza, socorristas recuperaram 19 cadáveres após um ataque atingir a casa de uma família, segundo o porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Bassal.

O Exército de Israel disse que “terroristas importantes” estavam na escola bombardeada na Cidade de Gaza e que “tomou várias medidas para mitigar o risco de causar danos à população civil”. Afirmou também ter detectado três projéteis lançados a partir de Gaza nesta segunda, incluindo um que foi interceptado.

Israel (Foto: AP/Leo Correa)