O bairro do Ahu, em Serra Branca, viveu uma noite especial e emocionante durante a apresentação da quadrilha junina “Arraiá do Ahu” nesta quarta-feira (25).

A festa, marcada pela tradição e alegria, prestou uma homenagem tocante a um dos nomes mais queridos da comunidade: o sanfoneiro Manquinho, que faleceu há um ano e meio, aos 83 anos. Geraldo de Souza, conhecido carinhosamente como Manquinho, nasceu no dia 1º de maio de 1942.

Natural de Serra Branca, ele também morou por muitos anos nas proximidades do Sítio Vargem Grande, em São João do Cariri. Com o dom de tocar sanfona desde cedo, Manquinho encantou gerações com seu talento e carisma, tornando-se uma referência cultural no município.

Durante sua trajetória, trabalhou por muitos anos na empresa de ônibus Itapemirim e passou temporadas em São Paulo e no Rio de Janeiro. No entanto, nunca deixou de voltar para sua terra natal. Foi em Serra Branca que ele encontrou seu lugar e firmou sua história – especialmente no bairro do Ahu, onde criou um espaço próprio de forró que levava seu nome: o Forró do Manquinho. Um clube simples, mas que se tornou ponto de encontro de famílias e apaixonados pelo autêntico forró pé-de-serra.

A homenagem prestada pela quadrilha não foi apenas um resgate da história de Manquinho, mas também um reconhecimento à sua importância cultural e afetiva para o bairro. Emocionado, seu filho Teinha destacou o orgulho de ver o legado do pai sendo lembrado com tanto carinho. “Se eu pudesse mandar uma mensagem pra ele hoje, eu diria: obrigado por me ensinar o valor da vida e por me mostrar, com atitudes, como ser um cidadão de bem. Mesmo sem saber ler ou escrever, ele nos educou com amor e deu exemplo de honestidade. É um orgulho muito grande para todos nós”, afirmou.

Pai de quatro filhos, Manquinho deixa um legado de simplicidade, música e valores que seguem vivos entre os moradores do Ahu. A festa junina que hoje leva alegria às ruas do bairro é também reflexo do seu amor pela sanfona e pelas raízes culturais do povo serra-branquense.

A apresentação da quadrilha encerrou-se sob aplausos e emoção, com familiares, amigos e toda a comunidade celebrando a memória de um homem que fez da música sua missão e que, mesmo ausente fisicamente, segue presente em cada acorde e em cada lembrança.

De Olho no Cariri